Os Invencíveis Azuis e Brancos: Perfil: o adeus do bom rebelde.

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Perfil: o adeus do bom rebelde.


«O melhor momento foi o campeonato ganho no Estádio da Luz, frente ao Benfica. Acho que foi algo único, que nunca mais vai acontecer. Vai ficar na memória de todos os que assistiram a esse jogo. Momentos maus? Também os tive mas não os gosto de recordar. Tive mais momentos bons que momentos maus e trato de disfrutá-los», atirou.

«Foi uma decisão técnica»
A questão era incontornável. Vítor Pereira adaptou Maicon ao lado direito da defesa, afastando Fucile e Sapunaru do leque de opções. Pura decisão técnica ou algo mais? «Não houve problemas com Vítor Pereira. Foi uma decisão técnica e resta-me desejar-lhe o melhor. Espero que o Porto seja campeão e que os meus companheiros tenham o mesmo desejo de conquista que sempre tivemos.»
«Estamos em baixo mas esperamos estar em cima em breve. Estarei no Brasil a acompanhar. Também joguei portanto eu também serei campeão, espero que isso aconteça», rematou Fucile.
O lateral uruguaio passará os próximos meses no Santos, partilhando o balneário com Neymar, Ganso ou os velhos conhecidos Ibson e Rentería. Jorge Fucile espera ter sucesso no campeonato brasileiro: «Espero conquistar títulos, é sempre esse o objectivo, tanto a nível colectivo como individual. Espero que seja um bom ano e as coisas me saiam bem.»

A história;

Com a saída de Fucile, o F.C. Porto não perde apenas um lateral direito. Perde uma das referências do plantel, uma vez que só Helton tem mais tempo de casa do que o uruguaio. Nunca foi indiscutível, nunca foi dispensável. O percurso foi, aliás, ziguezagueante, desde que chegou em 2006/07, como último reforço de um Verão agitado, marcado pela troca de Adriaanse por Jesualdo Ferreira.
Pela frente havia Bosingwa a despontar. Fucile fez-lhe sombra por dois anos. Estreou-se logo na Liga dos Campeões, numa goleada caseira ao Hamburgo (4-1). Aproveitando uma lesão de titular manteve-se no onze e entrou a todo o gás no campeonato. Afinal de contas os primeiros adversários internos que defrontou foram...Benfica e Sporting.
Impressionou pela qualidade técnica. E, mesmo jovem, mostrava-se consciente a defender. Um bom rebelde, dentro e fora do campo. Uma opção a ter em conta, portanto. Aliás, quando Bosingwa voltou, Jesualdo não tirou Fucile do onze. Passou-o para a esquerda também contra o Hamburgo, agora na Alemanha. Começava a ganhar fama o lateral «tapa-buracos» dos dragões, eficiente à direita e à esquerda.
Foi nessa primeira época que fez o único golo com a camisola do F.C. Porto, ao Nacional, para o campeonato. Festejou o primeiro de quatro títulos nacionais em cinco anos e meio de casa. E ganhou preponderância na equipa.
Fez 32 jogos, entre todas as competições, na temporada seguinte. Ficou na retina a expulsão no dramático duelo com o Schalke 04. Baixou a parada em 2008/09, devido a uma lesão que o afastou da fase decisiva da boa campanha portista na Champions.
Começou essa época com um rival novo, Sapunaru, mas a desconfiança que cresceu em torno de Benítez levou-o para a esquerda, de onde só voltou quando chegou Cissokho, em Dezembro.

As picardias com o Benfica e a noite negra em Londres
Em 2009/10, pela primeira vez, não vence o campeonato. Foi o ano do Benfica de Jesus, que Fucile garantia acompanhar pouco. «Sabia que estava a dar um jogo, mas nem vi quem jogava, estava com os meus pais. Mas se dizem que o Benfica está a jogar bem, parabéns», afirmou, após a goleada dos encarnados ao Everton.
Cai em desgraça pela má exibição em Londres, na goleada com o Arsenal que acaba com o sonho da Champions. Demora a reentrar, aproveita o castigo a Sapunaru para se fixar, mas, com André Villas-Boas, e após um grande Mundial, cai de novo para o banco.
Na melhor fase pessoal da época lesiona-se no cotovelo. Foi no jogo com o Spartak Moscovo, dos «quartos» da Liga Europa. Antes tinha deixado uma das frases do ano, referindo-se a Honda, do CSKA: «Pode vir o Honda, o Kawasaki e o Mitsubishi». Fucile sempre foi irreverente no campo e no discurso.
Em Braga, por exemplo, após nova demonstração de força dos Dragões, responde à letra a Jorge Jesus que, dias antes, tinha dito que o Benfica era a equipa que jogava melhor futebol em Portugal: «Quem está primeiro? Quem vai invicto na Liga? O Benfica está desesperado para que o F.C. Porto caia, mas mostrámos que estamos mais fortes do que todos. Quem viu o jogo deve ter ficado assustado.»
Não participou na histórica final de Dublin, nem nos jogos marcantes na Luz. Voltou apenas já com Vítor Pereira no comando. Começou bem, parecia indiscutível. Depois veio a expulsão com o Zenit que começou a traçar o destino do F.C. Porto na Champions. Ainda fez mais dois jogos, mas, a derrota em Nicósia, com o Apoel, marca o adeus. O futuro é o Santos.
Os números de Fucile
2006/07
Liga: 18 jogos (1 golo)
Champions: 6 jogos
2007/08
Liga: 21 jogos
Champions: 7 jogos (1 vermelho)
Outros: 4 jogos
2008/09
Liga: 17 jogos (1 vermelho)
Champions: 2 jogos
Outros: 3 jogos
2009/10
Liga: 21 jogos (1 vermelho)
Champions: 6 jogos
Outros: 7 jogos
2010/11
Liga: 16 jogos (1 vermelho)
Liga Europa: 10 jogos
Outros: 3 jogos
2011/12
Liga: 7 jogos
Champions: 3 jogos (1 vermelho)
Outros: 2 jogos

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