Depois de dissecado, o
grande jogo de sábado passado, entre o Sporting e o FC Porto, e para além das nuances da intervenção do árbitro, no normal
desenrolar do desafio com influência no resultado final do mesmo, urge rapidamente
proceder à correção técnica, de como funciona a equipa do FC Porto, e o jogador
Hulk, com este a jogar na posição nº 9.
Estivesse este jogador mais
bem preparado para jogar na posição nº 9, sendo mais rápido nas tomadas das
decisões, sem hesitações ou tendências para aplicar a finta, quando o normal
seria entrar direto no espaço, e o FC Porto poderia ter vencido o jogo com
alguma margem folgada.
Como ponta de lança, Hulk
pode fazer e ser muito melhor, se souber rapidamente corrigir um pormenor, que
no jogo de Alvalade se traduziu num grande problema, já que em 3 possíveis
oportunidades, a técnica e o timing a
aplicar nos caminhos a percorrer, não foram os melhores para a sua posição.
Hulk tem que saber que a amplitude
de terrenos que deve percorrer, bem como a rapidez a aplicar na condução da
bola, a jogar na posição nº 9, são muito diferentes da sua posição normal, como
extremo como movimentos da linha para o interior.
Deve procurar caminhos mais
diretos e rápidos, e não tanto a contemporização na espera do posicionamento da
defesa, para nesse momento arrancar para a finta do mesmo, numa derivação
lateral como aconteceu em quase todos os remates que efetuou, contra o Sporting.
Num deles, e ainda na primeira parte do jogo, tentou fintar todos os defesas
que lhe apareceram pela frente, percorrendo a toda a largura frontal, a linha
da grande área da baliza, no sentido da direita para a esquerda, desenquadrando-se
com a mesma, e já sem angulo e sem força, rematar. Rui Patrício agradeceu, tão
inofensivo e fraco foi o remate.
Como nº 9, os seus limites de
espaço, tem que ser a projeção das linhas da pequena área, zona frontal à
baliza, e não tanto as faixas laterias da grande área. Não se pode perder em
fintas desnecessárias ou na procura de espaços laterais. Desgasta-se
fisicamente, e a equipa pouco ganha com isso. Essa função caberá aos extremos
ou laterais, para lhe entregarem a bola, mais perto da baliza. A jogar da
maneira como o FC Porto joga, estamos a pedir que Hulk, seja 2 jogadores ao
mesmo tempo. Um que jogue como 12, transportando a bola para o ataque, e ao
mesmo tempo que finalize como 9. As constantes faltas das defesas, ( Polga por
exemplo, abusou e de que maneira) não lhe dão tempo nem espaço para embalar e
ser devastador, e fazer as 2 posições em simultâneo. Polga passou a marcar Hulk
a todo o campo, conforme se viu na falta que lhe daria o 2ª amarelo, e consequente
expulsão.
Quando joga na linha, é mais
letal, porque consegue executar o seu bom movimento da direita para a esquerda.
Tem mais espaço para virar para dentro ou para fora. Pode parar o movimento, contemporizar,
ou executar o mesmo com a costumeira bicicleta sobre a bola, na ânsia de
enganar o defesa, porque nesses espaço, só terá um defesa a marca-lo, enquanto
como nº 9, terá os dois centrais e ainda o trinco da equipa adversária para lhe
fechar o caminho.
Como nº 9, aplicando a mesma
técnica de extremo, acaba por não ter espaço suficiente para ganhar velocidade e potência necessárias
para aplicar o seu remate, de maneira a bater o guarda-redes adversário. Para
isso tem que entrar rapidamente dentro da área, coisa que raramente faz, e
marcar o golo em jeito e não tanto em potência.
Das duas, uma.
Ou vai mais
rápido e direto à baliza, com o FC Porto a passar a jogar com um jogador mais
perto do nº 9, James por exemplo, tipo 4-4-2, para que Hulk não tenha que
perder força, desgastando-se em fintas, mas fazendo a tabelinha diretamente,
para que Hulk apareça em velocidade de trás para a frente, passando pelos dois
centrais, como tão bem faz o Barcelona, quer com Fabregás quer com Messi. Se
não for possível, então que o nosso meio campo deixe de ser de posse, e passe a
jogar em passes diretos para a desmarcação de Hulk, como aconteceu na Ucrânia
contra o Donestek.
O que não se pode pedir a
Hulk, é que o mesmo produza o que produziu no ano passado com 38 golos, e ainda
tenha tempo para fazer a parte de Falcao mais direto e finalizador, que foram
de 36 golos. É aqui que a porca torce o rabo. Messi marca que se farta, porque
para além de conquistar o seu espaço, tem um tipo chamado Xavi, que lhe transporta
o jogo e lhe oferece as suas oportunidades, para que Messi brilhe e concretize.
Messi assim o admitiu, quando ontem partilhou com Xavi a sua 3ª bola de ouro.
E o FC Porto, quem tem a
fazer de Xavi? Não será por ventura o Hulk?
E para fazer de Messi? Não
será também Hulk?
Enquanto uns pedem um ponta
de lança, nós achamos que falta ao FC Porto, um bom extremo, que transporte e
rompa as linhas, e faça jogo com Hulk. Porque desapareceu Varela?
Será Danilo a resposta à
nossa questão?
Enquanto uns tem maior poder de fogo, e aumentaram o seu nº de golos, o FC Porto reduziu para metade o poder de fogo do ano que tudo lhe garantiu, e não conseguiu criar opções diferentes.
Vítor Pereira, Hulk, e o FC
Porto, têm a palavra nos restantes jogos deste campeonato.