Depois de ter dado uma volta pela blogosfera
dedicada à causa do FC Porto, onde procurei encontrar respostas para as minhas
dúvidas, sobre o que estaria a afetar o rendimento da equipa principal do
futebol azul e branco, em termos de classificação do campeonato, bem como na
conquista de troféus, acabei por não ficar completamente elucidado pelas
respostas que fui encontrando.
Enquanto uns se degladiavam a demonstrar por a
mais b, que o treinador não tem capacidades para liderar a equipa, porque
ouvia-se ou comentava-se que haveria resistência de alguns dos jogadores às suas
decisões, outros afirmavam a pés juntos que o problema se ficava a dever à
dificuldade que Vítor Pereira revela na escolha dos jogadores eleitos para os
jogos, não demonstrando grande apetência pelas novas promessas do futebol azul e
branco como sejam Jamez, Iturbe ou Danilo. Outros ainda e mais enfáticos,
afirmavam com convicção, que a diferença se fazia e faz atualmente pela ajuda
com paixão pelo “andor”, que a classe do apito sempre revelou, por mais
escondida que tenha estado nos anos anteriores.
Bem, como de treinador de bancada e de gostos pelo
jogador a ou b, todos nós temos um pouco, pareceu-me que a melhor situação para
analisar e descobrir concretamente, o que estaria a condicionar o rendimento
desta equipa, bem como a competência do seu técnico principal, teria que passar
obrigatoriamente por dados mais concretos e concisos, como sejam os números, e
principalmente através das estatísticas, onde poderíamos verificar o que esta
equipa já produziu.
Metendo as mãos ao trabalho, procuramos os dados
referentes ao FC Porto, e procedemos a comparação dos mesmos, com o realizado
pela equipa adversária que vai em primeiro na classificação do campeonato,
apurando assim o resultado final da equação.
Surpresas das surpresas, os valores são
contraditórios à maioria das opiniões dos treinadores de bancada sobre a valia
técnica desta equipa azul e branca, bem como muito díspares no item principal,
pelo qual é analisado todo o jogo ofensivo de uma equipa; o remate e consequente
golo.
Para a obtenção do golo que se traduzirá no
resultado final do jogo e consequente vitória sobre o adversário, é no remate à
baliza que termina qualquer jogada laboriosamente construída pelos elementos de
uma equipa.
Estudando os números, o que encontramos
então?
Que o FC Porto, é campeão dos remates, chegando ao
cúmulo de fazer mais 25% de remates que a 2ª equipa mais rematadora, que é a
equipa do Benfica. Só que tanta produção ofensiva realizada pelo FC Porto, não
tem a devida compensação na obtenção de golos e por consequência os resultados
das partidas não espelham essa grandeza de produção. E isto porque o FC Porto,
também é o campeão do desperdício, com 63% dos remates a serem efetuados para
fora, e bem longe do alvo. Neste aspecto, o nosso concorrente tem a pontaria mais
afinada, já que só 37% dos remates, é que não acertam no alvo.
Só pela análise
destes 2 parâmetros poderíamos chegar à conclusão que a diferença na
classificação do campeonato, se poderia ficar a dever, no fraco aproveitamento que o FC Porto faz, das oportunidades de golo que consegue criar,
frente às equipas adversárias, em comparação com o seu concorrente direto. O FC
Porto tem um aproveitamento de 40%, e o Benfica de 60%.
Na nossa opinião, este aspeto, também pode revelar
que a equipa tem vindo a ser afetada pelas campanhas da comunicação social, que
visam a destabilização e o desacreditar das capacidades dos jogadores do FC
Porto, que quando confrontados perante a situação, revelam dúvidas e tremuras de
última hora, em vez de demonstrar classe e convicção na concretização. Aqui
entra e muito, o carinho que a massa adepta do FC Porto não tem demonstrado,
perante alguns dos jogadores avançados do FC Porto, como sejam Varela, Kléber,
Djalma, e por vezes Jamez ou mesmo Hulk, que poderia e deveria servir como
defesa e animo para as batalhas que se seguem.
Sabendo disso melhor do que ninguém, a comunicação
social adversa ao azul e branco, carrega nesse ponto contra os jogadores e
equipa técnica do FC Porto, mas idolatra e maravilha qualquer lance mais banal
que seja, mas que tenha sido executado pelos jogadores da equipa da Luz, ou de
Alvalade. Isto, porque lhes interessa reforçar a parte anímica dos adversários
do FC Poro, reforçando a sua convicção de grandes estrelas de futebol, e ao
mesmo tempo colocar toda a pressão e dúvida nas capacidades dos jogadores do FC
Porto, que podendo obter golos de jogadas fáceis, tentam a todo o custo executar
lances de maior grau de dificuldade, para acalentarem serem apelidados de
geniais.
Como exemplo, o golo marcado por Janko, no último
FC Porto- Setúbal. Se este estivesse equipado de vermelho e se chamasse Rodrigo,
teriam aberto telejornais e primeiras páginas dos jornais, a afirmar que o mesmo
tinha sido uma verdadeira obra de arte, um golo ao verdadeiro felino de área, um
lance de classe pura. Mas não, foi tratado em termos gerais, como um lance
banalíssimo.
Como Janko foi apresentado na comunicação
social, como um jogador banalíssimo suplente de uma equipa de um campeonato
fraquíssimo, já existem portistas que imbuídos do espírito dos vermelhos, o
apelidam de poste, tosco, e etc.
Com amigos destes, para que ter inimigos…
Na nossa opinião, o FC Porto, deveria treinar e
muito, a pontaria dos seus elementos da linha avançada, bem como dos seus
médios, para que os mesmos conseguissem melhorar o seu índice de aproveitamento nos remates efetuados, para os restantes jogos deste campeonato. Lucho com a obra-prima que efetuou ao Setúbal, demonstrou
como é fácil, quando se sabe e se foi trainado para isso.
Num próximo post, tentaremos demonstrar com
números concretos e não com suposições, onde Vítor Pereira tem falhado, e poucos
ou nenhuns o tem afirmado. Engraçado que o mestre da tática e das maravilhas,
que é apresentado e promovido como o grande guru do futebol português, também
tem falhado nesse aspeto. O item a ser analisado, é específico e demonstrativo
da influência que um treinador pode ter, no aproveitamento de todos os aspetos
do jogo, para a obtenção de resultados finais positivos.