Considerar que Quim, que na nossa opinião foi
um do melhores, senão o melhor em campo, foi do bom ao mau em poucos minutos, é
de uma desonestidade gritante de quem o afirmou.
Quim
Os últimos tempos não foram os mais fáceis
para Quim, sobretudo depois do erro que custou a final da Taça da Liga à sua
equipa. Mas a sua experiência não o deixa vacilar e o Sp. Braga pode
agradecer-lhe, por exemplo, não ter saído em desvantagem para o intervalo.
É
verdade que os dois remates de Lucho não obrigavam a esforços demasiados, mas o
venenoso pontapé de Hulk, quase sem ângulo, mostrou o melhor Quim da noite.
Fantástica a defesa. No golo de Hulk, porém, podia ter feito melhor. E só por
isso não foi o melhor bracarense. Mas, aí, o fator surpresa também jogou contra
si: é que nem sempre o portista remata com o pé direito...
Um bom exemplo do ressabiamento e do desgaste provocado pelo consumo exagerado de doses maciças de Kompensam.
A figura;
Hulk
Voltou a ser
decisivo. Figura maior do campeão nacional, encaminhou o F.C. Porto para o «bi»,
num lance mortífero sem arma mortal. O pé esquerdo que o mundo conhece de pouco
lhe servia naquela posição. Hulk não hesitou, como outras vezes, e mostrou que o
direito também serve para alguma coisa. Se o F.C. Porto conservar a vantagem e
chegar ao fim campeão não deixará de ser estanho que, por ventura, o maior
carimbo, tenha sido tirado do pé imperfeito do «Incrível». Atípico. Mas se
calhar este estranho campeonato estava a pedir uma imagem assim...Caso as suas
decisões fossem sempre na procura do caminho mais fácil e direto para chegar à
baliza adversária, obteria muito mais golos, e teria muito menos problemas na
disputa de bolas com os adversários e com os árbitros. O problema seria a nota
artística e Hulk, não convive sem esse fator. Soberbo o remate que desferiu de
ângulo bem apertado, para a defesa soberba de Quim. Fantásticos, quer Hulk pelo
remate espontâneo que executou, quer o Quim, pelo grau de dificuldade no gesto
técnico executado, para retirar a bola da direção das suas redes.
A
desilusão;
Álvaro Pereira
Desconcentrado. Deu espaço de mais a Alan e
Miguel Lopes e foi pelo seu flanco que o Sp. Braga criou mais perigo. Lima
aproveitou o avanço do uruguaio e rematou perto, depois de entrar por aquele
lado. Miguel Lopes arrancou amarelo a Defour, num lance no limite da grande
penalidade. Onde andava Alvaro? E a atacar não salvou a noite. Dificuldades
incomuns no controlo de bola, descoordenação com os companheiros, desacerto nos
cruzamentos. Uma noite que correu verdadeiramente mal. Por isso (e pelo amarelo)
deu o lugar a Defour a meia hora do fim. Não gostou de sair, mas parecia estar
mesmo a pedir. As atitudes que demonstrou no banco, mesmo depois de Rolando o
ter aconselhado a ter calma, não foram muito elegantes, mesmo que tivesse razão
quanto à atitude estapafúrdia que o árbitro tomou, na amostragem do amarelo. Não
tem desculpa pois sabe muito bem que os árbitros não contemporizam nem perdoam,
quando as situações são cometidas por jogadores do FC Porto.
Apagado;
James Rodriguez
Insiste na procura de espaços
que são palmilhados por Lucho, o que emperra o jogo do FC Porto. Notou-se que
não se encontra com a melhor condição física, pois perdeu sempre as segundas
bolas, já que os seus adversários eram muito mais rápidos a reagir, do que James
conseguia executar.

Grandes e Enormes;
Defour
Enorme. Realizou a sua melhor exibição em
Portugal, mostrando aos portistas mais descrentes que pode ser uma peça muito
importante na equipa. Numa posição que não é a sua, demorou um pouco a entrar no
jogo e o amarelo que viu no primeiro tempo, num lance em que arriscou de mais e
que deixa algumas dúvidas, ameaçou bloqueá-lo. Ilusão apenas. Cresceu com o
tempo e fez um segundo tempo extraordinário, acompanhando de perto Moutinho,
roubando inúmeras bolas, saindo a jogar com classe e sem receio. Lavrou o campo
de um lado ao outro, entregou-se totalmente. Cumpriu, em suma. Como nunca até
agora.
Otamendi
Impecável. Brilhante na antecipação, claramente o
seu ponto forte, e certinho a fechar e a tapar o espaço aos avançados
bracarenses. Não conseguiu o brilharete da época passada, quando fez dois golos
em Braga, mas leva, de novo, nota bem positiva. Rolando vai ter de esperar mais
um pouco.
João Moutinho
Que relógio! Só a inesperada ascensão de Defour no jogo
lhe tirou parte do protagonismo que vem gozando. O momento de forma é soberbo e
consegue contagiar os companheiros. Como se os fizesse acreditar num futuro
risonho que, afinal de contas, o F.C. Porto tem à distancia de quatro jogos.
Esteve bem. Muito bem. Foi enorme. Melhor dizendo. Foi Moutinho, do primeiro ao
último minuto, pena a entrada de Custódio que o deixou algo combalido para o
tempo que ainda faltava jogar até ao final da partida. A equipa ressentiu-se,
felizmente sem grandes problemas.
Que tem pezinhos de lã já
todos os adeptos portugueses, mais ou menos atentos ao futebol, sabiam. Mas
costuma ser mais mortífero com espaço. É verdade que os dois passes de Hulk, na
primeira parte, foram de encontro ao seu pior pé, mas pedia-se mais determinação
no remate, e já agora mais rapidez de execução. Lucho é mais classe do que
força, já se sabe. Mas há alturas em que é preciso ser bruto para abrir
portas. Nitidamente a condição física não é das melhores.
Varela
Entrou muito bem no jogo, e ajudou a defender o corredor esquerdo do FC Porto, por onde Miguel Lopes, fez o que quis durante o primeiro período e parte do segundo. As suas fintas desconcertantes, foram retirando o ímpeto atacante aos jogadores do Braga, no seu setor. A combinação com Hulk, no lance em que James falha o remate final, é de grande nível. Demonstrou mais uma vez, que pode ser muito útil a esta equipa do FC Porto.
Kléber
Supresa, só no onze. Continua à procura do seu
espaço e afirmação nesta equipa. Em campo não alterou o chip das últimas
aparições. Distante dos companheiros, com pouco jogo, limitou-se a correr,
receber e entregar. Pouco. Ficou no balneário ao intervalo.Claramente, é um
problema mais do foro psicológico que outra coisa.
Tristes
Alguns comentadores afetos às cores do FC
Porto, que se mostram hoje pelas TV´s, cá do burgo.
Depois de uma fantástica vitória do FC Porto,
em casa de um dos fortes pretendentes ao título e que neste jogo, jogava a sua
última cartada na conquista do mesmo, e após uma derrota no campo do outro
pretende, referem-se à vitória de hoje, como se a mesma tivesse sido banal e
fácil.
Nós sabemos, que é mais fácil bater no
treinador, do que exulta-lo. Cruzes credo, dizem algumas das iluminárias ditos
adeptos do FC Porto! Isso nunca.
Mas nós afirmamos, alto e em bom
som.
Parabéns Vítor Pereira e equipa do FC Porto.
Contra tudo e contra todos, estamos na luta pela conquista de mais um título. Já
só faltam 4 finais.
Que gozo, ver os tipos todos aflitos a falarem já do jogo da próxima 2ª feira.