“Foi assim quase uma estreia
a minha recente visita ao estádio do Dragão, que não conhecia sequer, para a
entrega a Hulk do prémio Artur Agostinho Record 2011.”
“Tive a oportunidade de
agradecer ao presidente Pinto da Costa e ao diretor geral da SAD, Antero
Henrique, a gentileza da receção no Dragão, mas só no regresso a Lisboa, é que
tomei a verdadeira consciência da natureza desse gesto.
É que no início de
2003, quando cheguei com o António Magalhães à direção de Record, os contactos
institucionais com o FC Porto estavam cortados, para os reatar, só oferecemos
nestes nove anos o que podemos dar; respeito pelo clube e pelo que conseguiu, e
boa-fé no relacionamento diário.
O afastamento levou Record a
perder leitores portistas, e por isso, a nem sempre poder dar nas primeiras páginas,
o merecido relevo editorial às proezas desportivas que os dragões foram
acumulando. E até a nossa opção de contar com o empate do Benfica com o FC
Porto, e de colocar os encarnados à frente da Liga de futebol, parecia fazer
desta, a altura desaconselhável para entregar um prémio a um jogador dos campeões.
Não o entenderam assim os dirigentes do FC Porto, que quiseram mesmo
associar-se a um ato de justiça para com um futebolista extraordinário.
Record regista, e agradece
publicamente, essa manifestação de superioridade e grandeza. Não é para todos,
é só para quem é capaz.”
Parte
da crónica “ Canto Direto “ do Diretor do Record, Alexandre Pais.
Depois de ler isto, admitindo
desde já o ter ficado um pouco perplexo com o que foi escrito, num jornal
ostensivamente contrário e com provocações diárias ao bom nome do FC Porto, como
ainda ontem se viu, questionamos o seguinte;
Como é que um diretor de um
jornal desportivo de maior tiragem diária nacional, não conhece o estádio do recente
campeão nacional e campeão da liga europa, estando nessa função desde 2003?
Como pode este Diretor,
emitir corretamente opiniões e considerações ou gerir noticias diárias na
comunicação social, sobre a vivência do FC Porto, se realmente desconhece o
clube, e a massa adepta que o idolatra?
Pensavam que viriam a casa
de uns energúmenos e sem educação, e como foram bem recebidos com elevação e
educação, ficaram tão surpresos e perplexos, ao ponto de ter a necessidade de registar
publicamente o agradecimento?
Porque refere que tratam o
FC Porto com respeito, se ainda ontem, na sua publicação, publicaram que o
campeão de Portugal, era o Benfica e não o FC Porto. Que tipo de respeito é
este?
Ou será que este ato é devido
aos tempos de crise nos subsídios, e na previsão de uma queda acentuada no
poder de compra, daqueles que compram e devoram a amálgama do seu jornal, tendo-os
obrigado a rever a estratégia, e com esta entrega do prémio a Hulk, tentar
ganhar o mercado que na altura não lhes fez diferença?
Será este gesto, um verdadeiro
ato genuíno de contrição e de tréguas, ou um ato de pura gestão comercial, para
travar a queda acentuada nas suas vendas diárias, fruto do maior nº de adeptos
portistas, que como se sabe, se encontram quer em termos nacionais quer em
termos internacionais, em franco crescimento numérico nos últimos 10 anos?
Bem, como dizia alguém; Mais
vale tarde do que nunca.
Resposta à altura, teve-a a SAD
do FC Porto, nas pessoas do seu Presidente e do seu Diretor Geral. Altivez,
educação e saber estar, pois o clube os seus jogadores e os seus adeptos, tudo
merecem, e são superiores a estas questiúnculas de taberna e alguidar.
Veremos até que ponto este
reconhecimento publico, será um mero ato isolado, ou se o Record seguirá o
caminho correto de tratar todos os agentes, clubes, jogadores, e acontecimentos
desportivos, com a mesma e devida distância crítica, sem envergar a camisola de qualquer um dos clubes.